Quando se nasce um doido, um insano, alguém que gosta de desafiar a vida, nasce também a polêmica e todos os males por se escolher essa vida. Nunca achou que seria normal. Ainda criança dizia que queria casar três vezes e só na terceira ter filhos. Enquanto as amigas gostavam de Barbie, ela gostava de bola e da máquina de escrever. A primeira a perder a virgindade. A primeira a fumar maconha e a ficar bêbada. A amiga que nenhuma mãe queria por perto. A mãe sofreu um bocado. Amenizado o desespero de viver da adolescência, ainda demonstrava sinais “bukowskianos”. Era um maldito. Assim como Charles Bukowski, Tompson e Jack London.
Resolveu procurar um médico para um simples “check-up” e como a vida não tem nada de justa, descobriu que estava doente. Com diabetes e hipertensão, não poderia mais beber, nem utilizar qualquer outra substância que a animava. Lembrou da frase de Woody Allen, “você pode viver até os cem anos se abandonar todas as coisas que fazem com que você queira viver até os cem anos” e viu sentido naquilo. Viver por cem anos ou viver feliz? Não achou resposta. Ainda tenta encontrá-la no meio de um monte de questões. Culpou a Deus, mesmo sem acreditar.
Por fim, aceitou o desafio de se recriar. Não sabia como, mas tinha um grupo de amigos fantásticos que estavam ali para ajudar. Agradeceu e percebeu que seria mais fácil recomeçar já que não estava só. Pensou em fugir para a Índia para um retiro, mas tinha que continuar exatamente onde estava. Não reconhecia a força que tinha. Isso ela só vai aprender, enquanto se recria. Agora ela só grita: mas que porra de vida!
Enfim, mas não o fim (eu não desisto jamais),
Miss J.