Era uma terça, escritório pouco movimentado no Bukowski. Os piores dias aqui são os pares, segunda, quarta e sexta. Terça e quinta, temos uma pequena folga das preocupações da noite de sexta e sábado.
É um dia onde podemos inventar, compor, recompor, criar e recriar. É dia de podermos encontrar certas loucuras. Abrir a velha conhecida garrafa de Jack Daniel’s; jogar inúmeras partidas de xadrez, muitas vezes sem fim; discutir sobre os infinitos mistérios da vida; hora de falarmos sobre nossos problemas. Ou seja, é o dia de sermos ainda mais amigos. De nos expormos e de nos criticarmos.
Terça passada, meio cansados da rotina dos nossos eventos e dispostos a viver alguma novidade, resolvemos ir em busca de algo novo e que nos dava curiosidades. Depois de muita pesquisa, resolvemos ir atrás de Sálvia Divinorum. A curiosidade sempre nos levou aqui no Bar Bukowski. Bêbados, loucos, curiosos e intelectuais. Malucos.
Passamos horas lendo depoimentos, vendo relatos científicos, legislação e descobrimos que não é proibido por lei, que vende em uma loja aqui perto e fomos lá então. Ao ler matérias e depoimentos que falavam sobre as “viagens” místicas da sálvia, achamos meio sinistra e titubeamos. Mas nada era maior que a curiosidade e nossas buscas. Alguns, em busca de um encontro com Deus; outros, na esperança de encontrar o Príncipe das trevas; e ainda mais um tanto, em busca de ser engolido pela terra.
Cada um escolheu uma música (única regra: tinha que ser música calma), sentamos no chão, para não cairmos. A vendedora disse que ela deveria ser fumada num cachimbo (não tínhamos e resolvemos apertar mesmo). Resultado: nada. Rimos um pouco e só. Nada de encontro com Deus, nem com qualquer outra coisa que fosse. Tentamos no narguilê e de outras formas e nada. A sálvia não tinha nada de “dragon fly”.
Ficamos no chão mesmo. Abraçados com o bom e velho Jack Daniel’s. Esse sim, não é Red Bull, mas te dá asssas...
Abs,
Eu.