Quando vim ao Bar Bukowski pela primeira, não fazia idéia de quem seria esse tal de senhor Buko. Pensei que poderia ser o dono da casa. Ou um barbudo que andava ou ainda anda por aqui. Depois de algumas semanas, deixei de ser cliente e me tornei funcionária. Depois de algumas poesias, permaneci sem entender aquele homem bêbado e seus encontros com o cotidiano. Até que me foi apresentado, por uma grande amiga, atriz dedicada às obras de Bukowski, o livro com caráter autobiográfico: “Misto quente”.
Henry Charles Bukowski Jr., nascido em 16 de Agosto de 1920 na Alemanha, mudou-se criança para os Estados Unidos. Filho de soldado americano e mãe alemã, cresceu no subúrbio de Los Angeles. Foi uma criança atormentada por um pai frustrado e autoritário. Na adolescência, teve o rosto e toda a parte superior do corpo tomada por inflamações. Abandonou a escola, onde tinha poucos amigos, por um ano. E foi nesse tempo que descobriu vícios que tornaram a vida menos insuportável: álcool, literatura e mulheres.
Teve seu primeiro livro publicado em 1955. Em 1962, iniciou-se na prosa, descrevendo sua vida pessoal. Numa obra obscena, narrou a vida de pessoas comuns. Pessoas que transam, tomam porres, pagam aluguel e trabalham. Além de seus inúmeros relatos envolvendo prostitutas e submundos.
Começou a beber e a escrever compulsivamente, enviando seus textos a diversas editoras independentes. Até que a editora Bárbara Frye se convenceu do talento de Charles Bukowski. Eles se casaram e se separaram com a mesma rapidez. Depois da separação, nasceu o alterego que o tornaria famoso: Henri Chinaski. Transformando suas angústias e bebedeiras em poesia. Com a sua antiga máquina de escrever, escrevia sem censura.
Tornou-se celebridade em 1980, tendo sua obra “Barfly – condenados pelo vício” adaptada para o cinema. Morreu em Março de 1994, de leucemia. Em seu túmulo lê-se “Don’t try” (Não tente). Um poeta das ruas, um autor maldito. Um alcoólatra, politicamente incorreto, solitário e marginal.
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