Com o fim do Projeto Etílico não andava muito animada. Estava sem álcool. As garrafas estavam vazias e espalhadas pelo chão. Já não tinha mais a mesma inspiração. Sem a bebida entendi porque Charles Bukowski precisava beber para escrever. Eu era como ele. Um “beberrão”, mas de saia.
Lembro da minha primeira semana no Bukowski. Já apresentava sinais claros de alcoolismo, quando Mister Moto fez a profecia: “Você será a neta do Bukowski” - estaria ele certo? Havia chegado a um estágio de alcoolismo preocupante? Com isso, precisava me testar.
Depois de quase dois meses bebendo destilado como se fosse água, eu teria meu final de semana da abstinência. Na sexta até que foi tranqüilo. Acabei trabalhando na porta, o que fez com que as horas passassem rápido. Já no sábado, estava louca. Precisava do álcool, das garrafas espalhadas e das guimbas queimadas no chão. Senti falta de todo meu ritual e dos antigos hábitos.
Agüentei até 24h, quando virei a primeira dose de Jack Daniel’s. Uma não me bastou. Foram necessárias mais duas para eu sentir que tudo estava melhor. Com isso descobri duas coisas. Primeiro, eu realmente me tornei uma alcoólatra. Segundo, a vida seria bem pior sem o álcool.
Em Abril, estaremos fazendo o Mês dos Pecados no Bar Bukowski. A primeira festa (01/04) vai ser em homenagem a Gula. Vai ter concurso de comida e outras coisas mais. Imperdível.
Pronta para um transplante de fígado e muito ansiosa para ver o concurso amanhã,
Miss J.