Começo o dia no Consulado Americano. Depois de dois anos trabalhando direto, vou tirar minhas primeiras férias. E como nesse ano fiquei afastada da minha família, primeiro programa: Estados Unidos com mãe, pai, irmã e cia.
A coisa mais estressante do mundo é tirar o visto. Alguém precisa avisar isso aos “gringos”. Devíamos chegar lá com uma caipirinha na mão e obrigá-los a tomar, para ver se os endurecidos e enrijecidos agentes se tornam mais benevolentes. Muito tensa a coisa. Parecia que a minha vida dependia daquilo. Uma fugitiva da lei, indo em busca do sonho perdido nos EUA. Mas adivinhem? Não há motivos para eu trocar o meu Rio de Janeiro que continua lindo, por lugar algum. E disso, estejam todos certos.
Voltando do Consulado, lembrei que havia esquecido de mandar os cachorros do Grande Oráculo para o banho semanal no pet shop. Como sabia que o esporo seria certo, a solução: dar o banho eu mesma. E lá fui eu. Peguei um taxi e fui rumo ao Cosme Velho, com escova de dente, pasta e xampu para cachorro. Nem sabia que havia tudo isso para animais. Na verdade com tantos produtos, percebi que eles são mais bem tratados do que eu (Socorro! Um salão com urgência!).
Cheguei e peguei a mangueira. Com um Labrador, um Beagle e um São Bernardo, de “baldinho” não seria. Primeiro, o Beagle. Foi tranqüilo, afinal de contas, era o menor; segundo, o São Bernardo. O animal que ainda é filhote mordia o meu dedo a cada tentativa de escovação (para os que não sabem, porque eu pelo menos não sabia, a escova para cachorro é colocada como uma luva no dedo indicador); terceiro, o Labrador. Esse foi difícil. Para quem conhece a raça, eles são extremamente “brincalhões”. Uma criança que não cresce jamais. Por isso, a cada vez que eu tentava molhá-lo, ele pulava como um canguru. Por um momento, não sabia se estava no Cosme Velho, ou na selva africana.Terminei encharcada e ele sem banho. Nunca mais me esqueço do Pet Shop.
Molhada e descabelada,
Miss J.
Nenhum comentário:
Postar um comentário